O Engenho Camaragibe localiza-se no município de mesmo nome e é um dos principais atrativos turísticos dessa cidade. Em 1545 o donatário da Capitania de Pernambuco Duarte Coelho de Albuquerque doa uma carta de sesmaria a Diogo fernandes que, em 1549, levantou o Engenho Camaragibe. Pertencente a freguesia da Várzea, era localizado nas margens do riacho Camaragibe, afluente do Rio Capibaribe, cujo nome significa "rio dos camarás" na língua tupi. Camarás é uma espécie de planta conhecida popularmente como chumbinho.
Diogo Fernandes era cristão-novo (judeu convertido à força ao catolicismo) e foi casado com Branca Dias, também judia e acusada pelo tribunal de Inquisição como suspeita de práticas judaizantes. Com um ataque dos índios em 1555, o engenho que só possuía os canaviais e a casa-grande, foi destruído, sendo reconstruído em 1563 com a ajuda de Bento Dias de Santiago (outro cristão-novo). Com a morte do marido entre 1563 e 1567, Branca Dias assumiu o engenho cuja casa-grande possuía um oratório dedicado a San Tiago. Por isso o engenho era também conhecido como Engenho de San Tiago.
Branca Dias teve vários filhos e foi uma das pioneiras na educação feminina em Pernambuco ensinando as mulheres a fiar, costurar e bordar. Acusada pela própria mãe, foi levado ao tribunal de inquisição, sendo que não chegou a ser condenada. Continuou sendo perseguida e suspeita, mesmo após a sua morte, pois os católicos não aceitavam que os corpos de "hereges" ficassem sepultados em suas igrejas.
Com a invasão holandesa o Engenho Camaragibe ficou destruído e no século XIX, em visita a Pernambuco, o inglês Henry Coster afirmou que o Engenho Camaragibe era um dos mais importantes da região. Hoje, o Engenho Camaragibe possui ainda a casa-grande com um oratório em seu interior, a fábrica ou moita e uma vila de casas. Situada ao lado do Parque Camaragibe, a casa é conhecida como "casa de Maria Amazonas" por ser esta sua atual proprietária. A casa original foi completamente reformada sofrendo sucessivas alterações, mudando inclusive a fachada frontal. A atual casa possui estilo eclético do final do século XIX. É tombada a nível estadual pela FUNDARPE.