terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Forte do Picão

Por
Vinicius Araújo


“No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra”. É com esse famoso trecho do poema do escritor, Carlos Drummond que se pode ter uma idéia do que é visitar o Forte do Picão, no Recife. Não é preciso entender o poema em sua maneira natural, mas, talvez, ao aparecer no local compreenderás o que é exatamente.
Para chegar lá é simples. Tudo começa no chão do Marco Zero, nas pinturas de Cícero Dias. Após apreciá-las é necessário atravessar de bote para o outro lado, onde se encontra os arrecifes e a Coluna de Cristal, obra do artista plástico Francisco Brennand. Segundo seu Severino, remador há 38 anos, garante que a “viagem”, que custa R$ 1,00, é segura. “Trabalho aqui faz muito tempo e nunca aconteceu nada grave. Só cai do bote quem quer cair”, assegura.
Chegando lá há duas opções óbvias: ou vai para o lado direito ou esquerdo. Se optares pelo primeiro vai dar no restaurante Casa de Banho e seguindo mais em frente ainda, em Brasília Teimosa. Já o outro lado vai para o Forte do picão. É aconselhável ir primeiro para o lado esquerdo, pois, dependendo da hora, a maré estará mais baixa e, conseqüentemente, o caminho de pedras menos escorregadio. Pode ir de bote também e custa em torno de R$ 10 por pessoa.
Indo a pé até ao Forte o visitante encontrará, no meio do caminho, alguns lixos (entenda sandálias) e animais como garças, baratas de praia e aratus. Há também as pessoas que pescam por esporte e aqueles pescadores de fato. Mas de acordo com o caçador de aratus, Leandro Ribeiro, é preferível não ultrapassar o Forte, porque corre o risco de ser assaltado. “É comum aqui os bandidos pegarem os turistas, principalmente quando estão com celulares e câmeras”, afirma.
A equipe do PE Redescoberto ficou receosa e seguiu o conselho do colega, deixando para uma próxima vez, para ir de barco, até o fim do trajeto. Após o Forte do Picão vê-se de longe dois faróis, um vermelho e outro verde, que serve para orientar e também para o balizamento dos navios vindos do oceano.
O Forte do Picão em si não é um atrativo especial, pois está fechado e não é aberto ao público. O geógrafo e professor do curso de turismo da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), Jorge Araújo, acredita que o ambiente poderia ter mais investimentos. “Seria bom um melhoramento no percurso, segurança, sinalização e mais propaganda”, declara.
O que vale mesmo são as bonitas paisagens que se pode ver do Recife, o banho de choque (quando a onda do mar bate na proteção e respinga água para todo lado), as obras dos artistas pernambucanos e, claro, o caminho das pedras.

3 comentários:

Anônimo disse...

É um lugar maravilhoso que, desde que sejam tomados os cuidados necessários poderiam ser explorados turisticamente!

Liberte-se! disse...

Sinceramente, fiquei com vontade de conhecer o lugar. Mas, n�o vou perguntar o por que desse nome t�o chamativo! rs.

Anônimo disse...

Muito bem redigido, Parabéns ao escritor, seja lá quem for.